POLÍCIA ESPANCA SINDICALISTA E IMPEDE MARCHA DOS FUNCIONÁRIOS DE LUANDA
“CABALAS POLÍTICAS” OU “INTERESSES ECONÓMICOS”?

“CABALAS POLÍTICAS” OU “INTERESSES ECONÓMICOS”?
Para alguns, “cabala política” é normal numa disputa por um cargo de poder. Para outros, pode ser um desejo por uma Angola que seja uma referência de algo diferente que possa acontecer.
Afinal, em que Estado(s) de hipocrisia vivemos? Ou vivemos em permanente conflito de interesses de empresários controladores de políticos que, embebidos num complexo de inferioridade académico, ficam nas mãos de quem financia os partidos que os acolhem?
Não é uma perseguição a Adalberto Costa Júnior. É um interesse em perceber de que forma muitos angolanos querem a mudança, se o que se assiste é um comportamento patrocinado por mais do mesmo: voltar à jornada de país (in)dependente?
Por que Adalberto Costa Júnior nunca apresentou documento escrito do Instituto Superior de Engenharia do Porto, onde diz que se formou? E mais: na sua última candidatura a presidente da UNITA, alegou que estudou na Universidade do Porto. Felizmente, temos isso tudo registado.
Por que Adalberto Costa Júnior levou 13 anos para tirar um curso técnico de 3 anos, com média final 11 e são mais do que muitos os escritos onde se afirma como licenciado, quando não é? Complexo? Mau presságio.
Não é preciso um curso superior, naturalmente, para se ser um bom líder, mas inventar graus académicos para se afirmar, fazer-se passar pelo que não é, para se querer governar, não é um bom princípio para quem pretende gerir a coisa pública. Não dignifica a Pátria. Não dignifica nenhum Angolano de Bem.
A Agência LUSA confirmou uma informação que o ISEP afinal forneceu, por escrito, ao jornalista independente da revista Sábado, segundo a qual Adalberto Costa Júnior afinal não é licenciado pelo ISEP, mas que afinal terminou o curso de bacharel. Engenheiro Técnico, portanto. Para com a agência LUSA, o ISEP foi claro: é Bacharel.
É um “pequeno” detalhe que pode fazer uma grande diferença aos que, talvez poucos, não estejam interessados em nenhum cargo político mas que ainda tenham esperança numa nova geração de pessoas conscientes e responsáveis na forma de se fazer política. Sim, a politica começa em cada um de nós.
Ora, Adalberto Costa Júnior, cidadão Luso Angolano, que renunciou à cidadania portuguesa para poder concorrer ao cargo do presidente da UNITA e, consequentemente, a Presidente da Republica de Angola, representante de todos os Angolanos, considera ser um bom exemplo alimentar toda esta “não questão” às suas eventuais competências? Tanto mistério porquê?
Ora, se a real “escusa” a que se assistiu até agora foi por parte de ACJ, que considerou não ser necessário apresentar documento escrito, legal, para que não se alimentasse mais a questão, de repente, por se estar próximo a eleições gerais em Angola e o assunto ter naturalmente “ressuscitado”, a agência LUSA facilmente confirma um grau de Bacharel do afinal “Não Licenciado”, candidato a Presidente da República de Angola. Intenção de salvaguardar outros interesses associados?
Por que a LUSA surge a um “não assunto”?
É sabido que quem controla a informação, a comunicação social, controla as audiências. Só é novidade para os desatentos.
Vejamos:
ISEP envia um e-mail a jornalista independente da revista portuguesa Sábado a confirmar a inexistência de alguma licenciatura em Engenharia atribuída a Adalberto Costa Júnior. É uma denúncia que foi feita em 2019 pelo Jornalista Angolano Carlos Alberto, do Portal “A DENÚNCIA” e uma referência feita por “artigo cientifico“, publicado pelo ISEP em 2019, do autor Santos, Maciel com o título “Adalberto da Costa Júnior [entrevista]”, onde se pode ler a seguinte descrição:
“ O eng.º Adalberto Costa Júnior (1962) é o novo presidente da UNITA. Natural de Quinjenge (Huambo) e militante na UNITA desde 1975, licenciou-se em Engenharia Eletrotécnica, no Porto. Em 1991 foi nomeado representante da UNITA em Portugal e mais tarde em Itália, com funções igualmente junto do Vaticano. Após o fim da guerra civil, teve um papel crescente no maior partido angolano da oposição: secretário provincial em Luanda, secretário para a Comunicação e Marketing, para o Património, membro do mecanismo bilateral UNITA-Governo, porta-voz do partido e deputado, tendo sido eleito presidente do grupo parlamentar. Em Novembro de 2019, quando já era candidato a presidente do partido, aceitou responder a esta entrevista. Foi eleito para esse cargo a 15 de Novembro no XIII congresso da UNITA, realizado em Luanda.”
(https://repositorio-aberto.up.pt/handle/10216/126985)
De repente, todo este assunto, que nem faz sentido ter importância alguma, “soa menos bem” e torna-se numa questão maior.
“Cabala política”, dizem alguns! “Mudança para melhor”, querem outros.
Não é nada contra a UNITA nem a favor do MPLA. É o detalhe da controvérsia e de tudo aquilo que a si possa estar associado que incomoda. Mais do mesmo ou mudança para algo diferente, inovador, relevante para a mudança de mentalidades e comportamentos na sociedade?
A oferta dos partidos da oposição ao MPLA para uma mudança é mais do mesmo ou levará a uma transparência, à defesa e modo de vida sustentável de um povo, que todos os dias acorda na sua Pátria, Angola, que apesar da sua graça e capacidade de resiliência, vive no limbo da sobrevivência, à espera de uma oportunidade de verem válidas as suas próprias competências?
É que, de repente, toda esta questão alimentanda pelo afinal “engenheiro técnico”, “não licenciado”, Adalberto Costa Júnior, segundo noticia confirmada pela Agência LUSA, soa a mais uma repetição de hábitos adquiridos por muitos Lusos, Angolanos e Luso Angolanos: Complexos académicos.
Adalberto Costa Júnior, pelas circunstâncias do passado, pelo direito que lhe foi conferido por nascer “num lugar” da República Portuguesa, sempre foi cidadão português até ter renunciado à sua cidadania para poder candidatar-se a um lugar de poder na sua Pátria. Qual Pátria?
O seu percurso de vida foi maioritariamente passado em Portugal, na Europa, numa carreira politica dentro do partido que representa, agora candidato a Presidente da Republica do Povo Angolano. Mas que parte do povo Angolano?
Até que ponto não é legítimo levantar a questão: Quem terá mais interesses na verdade ou inverdade desta história?
Bom, se formos analisar a estrutura da agência LUSA, depois do Estado português, o segundo maior accionista da LUSA é GLOBAL NOTICIAS – Media Group S.A. (23,35%). Pois é aqui que algo começa a soar “estranho” e a sugerir que ACJ é apoiado por grupos económicos, empresários interessados em Angola e na riqueza que daí pode advir.
E quem são os accionistas da Global Notícias – Media Group, que tem como presidente Marco Belo Galinha, igualmente presidente do Grupo BEL?
A KNJ Global Holdings Limited (macaense), a Páginas Civilizadas, Lda, (29,74%), O Sr. José Pedro Carvalho Reis Soeiro (24,49%) e a inactiva empresa Grandes Notícias, Lda. (10,50%). Não seria nada de estranho, não fosse o Sr. José Pedro Carvalho Reis Soeiro vogal do conselho de administração das seguintes empresas:
INTEROCEÂNICO – Capital, SGPS, SA; COBA HDIBGS, S.A.; NAVEPRINTER IND. GRÁFICA DO NORTE S.A; DA GLOBAL NOTÍCIAS MEDIA GROUP SA e da RÁDIO NOTÍCIAS, PRODUÇÕES E PUBLICIDADE S.A.
Sabemos que no mundo dos negócios e da política, “todos almoçam nos mesmos restaurantes, e uns, mais do que outros, vão rodando pelas mesas”.
É na estrutura de accionistas da INTEROCEÂNICO – Capital, SGPS, SA (Haim Taib; Eytan meir STIBBE, Atlantico Financial Group S.A.R.L., NASOLUMA S.A., FINI CAPITAL INVESTIMENTO GESTAO S.A. e o Sr. Carlos José da Silva, Luso Angolano, actualmente Vice-Presidente da Africana Art Foundation, que encontramos empresas e pessoas que claramente poderiam exercer da sua capacidade de influência para que, o agora Bacharel Engenheiro Técnico Adalberto Costa Junior (confirmado pela agência LUSA) e não o engenheiro licenciado, descrito no documento publicado pelo ISEP, seja eleito Presidente da República de Angola.
Não fosse o Sr. Carlos José da Silva um cidadão luso angolano, com os mesmos passaportes que Adalberto da Costa Júnior, ter sido afastado da Vice-Presidência do Millennium BCP, talvez pelo facto de a sua idoneidade perante os accionistas ter sido colocada em causa ao longo do julgamento do CASO FIZZ, soaria a uma arquitectura de uma teoria da conspiração contra a UNITA ou contra Adalberto Costa Júnior!
Mas não é essa a intenção. A intenção é entender por que carga d’água uma coisa tão simples como uma habilitação académica, até agora controversa por ausência de apresentação de um documento legal por parte de quem foi denunciado (ACJ), possa levar ao questionamento, a dúvidas sobre os reais interesses de ACJ como representante maior da República de Angola: primazia na defesa dos interesses “luso angolanos” que não vivem regularmente no país, hipotecando a autonomia e Independência de Angola e do Continente Africano, ou moldar os reais interesses de um povo, que todos os dias acorda sobre uma realidade que nunca foi abandonada?
Não interessa a formação que se tem, mas interessa às pessoas o que somos e o que nos tornámos para termos autoridade moral de levar esta Angola a bom porto, saindo da mesmice. As mudanças que queremos estão em cada um de nós, no que fazemos e no que apoiamos.